O Brasil poderá manter, ou até ampliar, a participação de fontes renováveis no parque gerador de energia elétrica nos próximos dez anos, afirmou nesta terça-feira o presidente da Empresa de Pesquisa Energética (EPE), Thiago Barral. Segundo ele, as fontes renováveis respondem hoje por cerca de 80% da capacidade instalada do parque gerador brasileiro.
“É possível manter, ou até ampliar, esse potencial”, disse o executivo, após participar de seminário sobre o impacto da transição energética no setor de óleo e gás, no Rio.
As projeções sobre o potencial das fontes renováveis para os próximos dez anos estarão incluídas no Plano Decenal de Expansão de Energia (PDE) 2029, cuja versão preliminar está prevista para ser colocada em consulta pública pelo Ministério de Minas e Energia (MME) ainda em outubro.
Segundo Barral, o desempenho das fontes renováveis no setor elétrico dependerá dos requisitos de flexibilidade dessas tecnologias, caracterizadas pela intermitência na produção. Ele explicou que a nova versão do plano trará uma discussão sobre o assunto.
Ele acrescentou que a implementação de preços-horários na operação do sistema brasileiro e no mercado de energia, em 2021, dará um sinal econômico relativo aos requisitos de flexibilidade.
Com relação à matriz energética brasileira como um todo, as fontes renováveis respondem por cerca de 45%. O objetivo do governo é que este percentual – o mais elevado entre as principais economias do mundo – seja mantido nas próximas décadas.
Com relação ao processo de transição energética no Brasil, Barral destacou quatro tendências principais: os investimentos crescentes no segmento no país, o aumento da participação do segmento privado nesses investimentos, a diversidade de soluções de financiamento e a redução do custo das fontes renováveis.
Fonte: Valor Econômico